quinta-feira, 17 de junho de 2010

Uma amiga chamada CORAGEM


Eu tenho uma amiga, não mentira, eu tenho várias amigas... mas hoje vou falar de uma em especial. Uma que me surpreendeu. Ela é uma artista, sonhadora, gentil, fiel, foi bailarina e idealista. Uma pessoa com um dom de criar peças lindas com as mãos, de cativar amigas para a vida toda... uma pessoa com a bondade no coração, que não faz distinção entre as pessoas. Uma pessoa que eu pensei ser frágil mas que é a mulher mais corajosa com quem eu já convivi de perto, depois da minha mãe.
Conhecemos mulheres cheias de coragem e desbravadoras todos os dias, mas eu vi um outro lado dela, nós vivemos os tempos de infancia juntas, um tempo em que não pensamos e não sabemos no que vamos nos transformar quando a vida nos oferecer espinhos e percalços. Nesses tempos de criança temos nossa inocencia, aquela de que teremos 5 filhos, seremos ricas, lindas e famosas e casaremos com um príncipe encantado livre de todos os maus hábitos masculinos.
Ela virou uma adulta das mais admiráveis. Teve a primeira filha de parto normal, como quis, levou a gravidez feliz e saltitante, passou problemas de mãe de primeira viagem como todas as outras, mas sobreviveu...
Eis que numa dessas surpresas que a vida nos prega, quando ela perdeu o pai descobriu que estava gravida, de gemeos. Dois meninos. A gravidez foi cheia de altos e baixos hormonais, cansaço em dose dupla, enjoos, tristeza pela perda de um ente querido, preocupação e outras coisas mais. Ela desistiu? Não! Ela trabalhou até quando a barriga permitiu, até o fim. Dirigiu, levou a filha a todas as festinhas da escola, caiu no banheiro gravida de 8 meses... cuidou da casa, preparou as coisas pra chegada dos bebes
Foi saber mais sobre criar gemeos já que (eis a ironia) não existem gemeos na família e ela nunca conviveu com ninguém que os tenha para trocar figurinhas. A estatística diz que uma em cada 60 mil mulheres engravida naturalmente de gemeos, sem antecedentes na família.
Isso, além de tudo mais que admiro nela a torna uma pessoa especial.
A gravidez foi... ela foi e voltou várias vezes do hospital, afirmando para todos que iria até o fim da gravidez, tipo, me dá uma injeção que ainda não está na hora e eu vou voltar pra casa dormir... coragem? CLARO!
Mas CORAGEM mesmo ela mostrou quando os trouxe ao mundo.
Por questões que não vou comentar a única pessoa que assistiu o parto foi a sogra, que afirmou ter sido a experiencia mais emocionante que ela viveu.
A bolsa rompeu, ela foi pro hospital, teve um problema com o cordão que talvez exigisse uma cesárea, que ela não permitiu, assim como alguns dias antes, com uma tosse infernal, não permitiu que fizessem uma radiografia! Prova de que a maternidade expurga todo o egoísmo do ser humano.
Em duas horas ela teve os 2 bebes, sem anestesia. Um nasceu de bumbum o outro como deveria nascer... com 2 quilos e meio cada... Um mais fofo e mais perfeito que o outro.
Cheguei no hospital para visitá-la e lá estava minha amiga de sempre, aquela que era uma menina frágil e com seus medos de criança, transformada numa mulher madura e CORAJOSA.
A tosse virou pneumonia e no meio disso ela anda pelos corredores comigo, para visitar os bebes, dá de mamar aos dois... tem disposição pra fazer fofoca e dar risada no banheiro.
Essa amiga, essa pessoa maravilhosa e cheia de vida merece que eu tire o meu chapéu. Merece meu respeito e minha eterna amizade. Merece ser feliz, merece que o mundo conspire a seu favor e de sua agora grande família.